terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

The princess and the frog: Uma pequena opinião!

Nos dias de hoje, a animação agora é toda feita em computadores. Os lápis e as folhas foram arrumadas para dar espaços às máquinas, abrindo muitas portas para a criação de um novo género de filmes. Mas nesta era virtual, a Disney decidiu recordar os "bons velhos tempos", onde uma géração foi brindada com as melhores animações da história ("The Little Mermaid", "Beauty and the Beast", "The Lion King" para citar alguns) e lançou a sua mais recente obra, em papel: "The Princess and the Frog".

A história centra-se em Tiana, uma jovem rapariga de Nova Orleãs, que deseja tornar realidade o sonho do seu falecido pai: abrir um restaurantes. A meio de um dos seus trabalhos, Tiana é abordada por um sapo falante, o princípe Naveen, que pede um beijo para poder voltar a ser humano. O que não se esperava é que, ao beijar, Tiana transforma-se por sua vez em sapo. Os dois iniciam uma viagem pelos bayou do Lousiana, em busca de uma forma de quebrar a maldição, lançada pelo feitiçeiro Dr. Facilier.

Para mim, este filme foi recordar a minha infância, onde o desenho, as músicas e as personagens foram muito marcantes. Se a intenção da Disney era criar um filme na linha das animações dos anos 80 e 90, então a prova foi muito bem superada. O resultado foi excelente. Temos aqui todos os elementos que reconheçemos quando vemos um filme da Disney, e não estou só a referir-me às músicas estilo Brodway. O desenho, a narrativa, o ambiênte e até a moral da história estão bem presentes.

Sobre as personagens (que a Disney sempre soube dar personalidades distinctas e marcantes), temos perante nós um leque variados delas. Olhando para Tiana, a personagem princípal, vemos logo que não é uma princessa qualquer. Temos uma mulher que não acredita em contos e que se a pessoa quiser alguma coisa, tem que trabalhar para a realizar. Podemos dizer que ela tem os pés bem assentos no chão. Naveen também se afasta do típico princípe encantado. Moral? Honra? Cavalerismo? Não existe no seu vocabulário. Ele só pensa em gastar o seu dinheiro e divertir-se à grande. O maior trunfo da história é o vilão, o Dr. Facilier (alias, como em todos os grandes filmes, o mau tem de ser muito bom). Toda a sua personalidade, a maneira como se mexe e a sua magia é excelente, que até o público se arrepia quando o vê. Ele ainda interpréta a melhor sequência músical do filme (com a canção "Friends on the Other Side"). Já o side-kicks, vemos que são fiéis aos filmes Disney: o jacaré que deseja ser humano para poder tocar jazz à frente de todos Louis; o pirilampo Cajun, que está apaixonado por uma estrela Ray e a feitiçeira cega mais poderosa do Bayou que aconselha os sapos Mama Odie. Há personagens para todos os gostos.

Em relação à narrativa, toda a história é contada muito bem. A acção fluíe naturalmente, sem grandes exageros e sem momentos secantes, onde o espectador está constantemente atento. Todo o cenário é, como esperado, muito bem contruído, desde a cidade de Nova Orleãs até aos pantânos. Um dos objectivos que a Disney pretendia aqui era rescussitar os filmes tipo Brodway que trouxeram sempre muito sucesso. Com influências em Jazz, zydeco (género muito conhecido em Nova Orleãs), Blues e Gospel, a música está muito boa, com grandes vozes por parte das personagens, e muito animadas. Cada personagem tem uma música própria, mas é claro que Tiana tem mais, visto ser a princípal.

Resumindo, a Disney consegiu o que queria. Com este filme, fez renascer os clássicos de outros tempos, com personagens memoráveis e uma banda-sonora de luxo. Adorado pela crítica e pela a audiência, o filme assegurou a continuidade dos filmes a desenho para os próximos anos (já está previsto um para o final deste ano e outro para 2011) e está nomeado para 3 Oscares, o de melhor animação e duas músicas em melhor canção original (as músicas "Down in New Orleans" e "Almost there"). Para quem conheçe as obras da Disney, já esperava uma resposta desta, e os estudios de animação mais conheçidos confirmaram que, a animação a desenho, ainda tem muito para dar. Não podiamos estar mais de acordo!